sábado, 22 de janeiro de 2011

Fila Night Run - 5 Km (2ª etapa)

Dia 28/08/2010
O meu São Francisco com meu número de peito e a medalha!
 Eu jurava que nunca iria correr uma corrida que fosse metade na areia e metade no asfalto, simplesmente por princípio. Tanto que a primeira etapa da Fila Night Run eu não corri. Mas estava animado com todas as corridas até então e na última hora resolvi me inscrever para esta corrida.

Era uma corrida diferente, não só porque é à noite, mas em outro lugar que não o Aterro ou a orla da zona sul e pelo fato de correr uma parte na areia da praia da Barra da Tijuca. E resolvi encarar esta corrida por curiosidade e oportunidade. Oportunidade porque a Raphaela iria estar em Recife com a Duda e, como eu não daria conta de ficar sozinho com os gêmeos, com quase 11 meses de idade, "fez o favor" de me deixar com babá para ajudar a cuidar deles.

Como disse acima, fiz a inscrição meio que em cima da hora e, como nunca tinha corrido na areia, me inscrevi para os 5 Km. E no final das contas, fomos apenas eu e o Toninho, uma vez que o outro do Chão do Aterro, o Cláudio, já estava com alguma parte do corpo dele, normalmente analisado por proctologistas, danificada e ele não estava mais correndo, muito menos na areia. Ele nega.

No dia de buscar o kit, ou seja, eu me lembrei quando faltavam apenas algumas horas, no próprio dia da corrida e tinha que ir ao Rio Sul para buscar. E eu achava que podia pegar o kit até umas 18h e não era. Era até as 15h e como eu não tinha lido direito o email com as instruções de retirada do kit, saí desembestado da clínica e já era 14:50. Com um pouco de sorte de sempre, o Toninho já tinha chegado lá e conseguiu com sua lábia convencer a moça que entrega os kits para ele, mas infelizmente não consegui personalizar a camiseta de manga longa, que parece um pijamão. Ainda paguei R$15,00 em uma dessas lanternas de LED que se coloca na testa através de uma banda elástica. Claro que não usei isso na corrida, mas muito útil para ler livros a noite sem ter que acender o abajur da cabeceira e ouvir reclamações da cônjuge mal dormida e mal humorada.

À noite, seguimos para a Barra da Tijuca para o local da corrida. Era um dia meio frio, principalmente na orla, onde ventava bastante e um vento desagradavelmente gélido. Como não sabia as condições de trânsito local, saímos muito cedo e chegamos ao local idem. Ou seja, esperamos um tempão para a largada. Ficamos zanzando pela orla e passamos por um daqueles troços que geram energia elétrica com a queima de diesel e, apesar do barulho, saia um vento quente agradável. Mas aí, lembrei que o negócio queimava diesel e o gás que deveria sair dali não deveria ser muito saudável e preferi encarar o frio mesmo. Ficamos um tempo fazendo hora na tenda da O2, que eu tinha direito de acesso por ser assinante da tal revista.

Hora da largada, o pórtico de largada se localizava na areia fofa, com sentido zona sul. Ou seja, o mar ficava do lado direito. Dada a largada, comecei a correr na areia fofa até certo ponto, onde já dava para correr na areia próxima ao mar, onde se torna mais lisa e dura. A falta de experiência neste tipo de corrida faz com que você não se ligue que as ondas vão e vem. E normalmente quando você tem alguém do seu lado correndo na mesma velocidade e te impede de fugir da água, o mar invade sua “pista de corrida” e encharca seu tênis e meia, tornando o meu humor mais desagradável. Ou seja, na primeira onda que veio para cima de mim, não consegui fugir e me fez correr desde a primeira centena de metros da corrida com o tênis cheio de água salgada e areia.

Eu acho que do pórtico de largada até o início do asfalto deveria ter cerca de 1 Km. E é um alívio poder pisar em chão firme, uniforme (ok, as calçadas e ruas do Rio de Janeiro jamais poderão ser chamados de uniformes, mas mais uniformes do que na areia) e correr quase normalmente, uma vez que não é normal correr com o tênis molhado e cheio de areia.

Eu sempre corro ouvindo música no meu iPod Nano e nesse dia estava correndo com a camisa verde fosforescente (ou verde limão, ou marca texto) do Palmeiras e, mesmo com os fones nos ouvidos, consegui ouvir algumas pessoas assistindo a corrida gritarem: “- Vaaaaai, ô, Valdíviaaaaaaa!” e me fazia rir sozinho. Mais ainda que não foi apenas uma pessoa, mas várias pessoas ao longo do trajeto no asfalto.

Lá pelas tantas, correndo, pelos meus cálculos, como já tinha corrido 1 Km na areia após a largada e já tinha corrido pelo menos uns 3 Km no total, achei que o retorno novamente para areia estivesse próximo e vi chegando a placa de 4 Km! Aí, eu pensei, putz, ferrou! Perdi a entrada para os 5 Km e vou acabar tendo que encarar os 10 Km. E quando cheguei num posto de hidratação, perguntei ao carinha e ele me respondeu que a entrada era logo à frente. E realmente era. Novamente, desci para a areia que era muito fofa, o que fazia com que entrasse uma grande quantidade de areia no meu tênis e causava desconforto, fora que toda hora eu torcia o pé tentando correr me equilibrando na areia fofa, até conseguir chegar perto da água, onde tinha o risco de molhar, mas pelo menos era liso e firme. E foram mais alguns “caixotes” de água marinha no meu tênis, até que tinha mais umas centenas de metros na areia fofa, quando ia afunilando até a chegada.
O pórtico de chegada
O Toninho, claro, fez os 10 Km. Eu, já de saco cheio daquela corrida, fiquei pelos 5 Km mesmo e pelo menos cruzar o pórtico de chegada já me deixou mais feliz. Segundo a direção da prova, fiz o percurso em 35m43s. Ou seja, se tivesse tentado correr os 10 km, iria facilmente passar de uma hora correndo.
A camisa verde limão do Palmeiras
Voltei para o estande da O2 para esperar o Toninho saboreando uma maçã e isotônicos. E depois que ele chegou, ainda ficamos um tempo descansando e tirando fotos do local. Nessa prova não tinha a tenda do Chão do Aterro. Alguns dias após, conversando com a corredora Viviane, a dona do Astolfo, fui informado que pelo relógio monitor cardíaco e GPS dela, a distância total para quem correu os 5 Km, não foi de 5 Km, mas de 5 Km e 400 m! Ou seja, os meus cálculos de distância não estavam totalmente errados.
Os de sempre nas corridas
De volta para a zona sul, a fome resolveu dar o ar de sua graça de forma fulminante e paramos na esquina da rua onde moro pra comer... Picanha! Mas o universo não estava conspirando a meu favor e o garçom me informa que tem picanha, tem arroz, mas não tem nem farofa, muito menos de ovo e o preço seria o mesmo. No máximo, ele colocaria mais batatas fritas para compensar. Por mim, teria ido para outro lugar, mas o velho do Toninho não queria sair dali de barriga vazia e comemos picanha com arroz e muita batata frita. Saudável? Acho que não. Mas satisfatório!
Camisa seca e sem areia

A cronometragem oficial da prova

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