quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Circuito das Estações Adidas - Inverno 2010, 10 Km

Dia 25 de julho de 2010
São Francisco de Assis com meu número de peito, medalha e toalha
A corrida mais esperada por mim. Adidas inverno. Após a frustração de ainda não ter corrido os 10 Km em corridas de rua (vide post anterior), finalmente estaria debutando numa distância substancialmente maior.


Diferente da corrida anterior (outono), a retirada do kit foi na própria loja da Adidas no Barra Shopping. Mais longe, mas nada de mais. Aproveitei para dar uma passada numa loja da Apple e ficar babando nas coisas que sempre tive vontade de ter, mas falta grana. 


E sendo a prova de inverno, o esperado era que fosse um dia frio, agradável, com uma brisa adequada para uma boa corrida sem grandes desgastes devido ao calor. Só que no dia da corrida, ao acordar, o que vi pela janela de casa foi um dia ensolarado, praticamente sem nuvens.


Fui de carro até a casa do Toninho como sempre, deixei o carro lá, esperei a boneca se arrumar e fomos de táxi para o Aterro. Por ser uma corrida de nome, era esperado que houvesse uma grande quantidade de pessoas, desde atletas verdadeiros, que competem pelos primeiros lugares até os corredores de fim de semana, gente que vai pra atrapalhar os outros, gente que se diverte, enfim, um povo eclético e que tem apenas o objetivo de chegar. Nesta corrida, além dos de sempre, ou seja, eu, Toninho e Cláudio (que ganhou a inscrição, mas não correu pois seu joelho está bichado e pôs a esposa para correr no lugar dele), ainda tinha inscrito a Paulinha Figueiredo e o Luiz da academia. A Paula se inscreveu para os 5 Km e o Luiz para os 10 Km.


Depois de encontrar o Cláudio na tenda do Chão do Aterro, onde ele ficou só mesmo para fazer social, fui dar a última "desabastecida" num daqueles claustrofóbicos e mal cheirosos banheiros químicos. Tomei um sachê de gel de maltodextrina e fui alongar e aquecer. Ao chegar no lugar da largada, vimos o tamanho da popularidade da corrida. Uma massa humana que se estendia desde o pórtico de largada em frente ao Monumento do Pracinhas por toda aquela subdivisão de pelotões (Quênia, azul, verde, amarelo, branco, sei lá). E dada a largada, esse bloco ia lentamente se encaminhando pelo pórtico e ainda conseguia ver que mesmo passando pelo pórtico, as pessoas não tinham a menor condição de correr, tamanha quantidade de gente. Lógico que o pelotão de elite já tinha arrancado e os outros mortais é que entupiam a largada. Resolvi que não ia sair enquanto não tivesse condições de passar pelo pórtico correndo. Enquanto isso não acontecia, fiquei lá alongando, dando pequenos piques para aquecer, o que não precisava tanto, pois mesmo sendo o auge do inverno, estava um dia de sol e quente.


Finalmente, após cerca de 15 minutos, ouvi o narrador da corrida dar a notícia de que o primeiro lugar dos que fizeram os 5 Km estava chegando! E eu nem tinha largado ainda. Quando realmente vi que dava para largar e correr, já tinham se passado cerca de 18 minutos da largada! E pelos 2 Km seguintes foi de correr desviando de pessoas beeeem mais lentas do que eu. E olha que, como diz o nome do blog, estou longe de ser rápido ou veloz. Ainda antes de completar o segundo quilômetro, tinham uns carinhas "vestidos" de uma marca de carro que patrocina a corrida. Uns carrinhos feios. E lá iam pelo meio da pista, onde todos correm, fazendo gracinhas com essas fantasias de carro. Um deles rodopiava como se estivesse dançando um balé, fingindo que estava dando um cavalo de pau. E numa dessas, um deles entra na minha frente. Nem me preocupei. Apenas coloquei meu braço na frente, com o cotovelo me protegendo e trombei com o desgraçado. A fantasia de carro de isopor e papelão do cara se partiu em pedaços e eu segui sem nem olhar pra trás. E como sempre corro com fones de ouvido ligados ao meu iPod Nano de 8 Gb, nem ouvi o palavreado que ele deve ter soltado após o choque. Azar. Da próxima vez, tenha bom senso e saia da frente dos corredores.


Passando a bifurcação para quem vai correr apenas os 5 Km, e desta vez eu resisti a tentação de ficar por lá mesmo, segui em direção à praia de Botafogo, quando a pista ficou mais espaçosa, afinal, a grande maioria ficou pelos 5 Km mesmo. Um misto de orgulho e felicidade tomava conta de mim, por ter persistido a completar os 10 Km. Tinha passado pelo segundo posto de hidratação, na altura do Morro da Viúva e como achei que podia começar a sentir sede, antes que sentisse resolvi pegar um copo de água, dei dois goles e descartei o resto, sem essa de jogar água na cabeça pra refrescar. A essa altura, o Toninho já tinha me passado há muito tempo. E quando estava pelo quarto quilômetro, já no meio da Praia de Botafogo, um cara passa por mim, grita alguma coisa do tipo "Palmeiraaaaaaas" e vai embora. Isto é, eu achava que ele tinha gritado "Palmeiraaaaaaas", mas naquela altura, o calor já tava mais intenso e o cara podia ter gritado qualquer coisa. Ainda pensei: - Putz, além do Labela, ainda tem outro Palmeirense que corre mais do que eu...
Correndo sob sol
Eis que, ao chegar próximo ao Mourisco, onde era feito o retorno, completando assim a metade da prova, vejo o mesmo cara começar a perder velocidade e eu o ultrapassei meio incrédulo, pois ele tinha me passado facilmente. E, depois de algumas centenas de metros, eu estava ultrapassando o cara facilmente. Fiz o retorno e ainda pude acenar para o cara ainda indo em direção ao retorno. Depois não o vi mais. Depois, no dia seguinte, realmente era um membro novo do Palmeiras - RJ, o Breno, que tinha passado por mim e depois tinha ficado para trás. Esse maluco ainda correu a Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro algumas semanas depois e desde então ele não consegue mais nem andar direito.


Na volta, o sol estava de frente e ao passar pelo posto de hidratação em frente ao Morro da Viúva, como tinha umas poças de água no chão, o sol refletia direto nos meus olhos, criando uma claridade insuportável. E por vários metros corri praticamente de olhos fechados. Fazia o seguinte, olhava para frente, calculava mais ou menos uma certa distância sem ninguém a minha frente e corria de olhos fechados torcendo que ninguém entrasse na minha frente com risco de uma trombada que ia ser muito engraçada. 


Nosso carinho com o "muy" amigo Cláudio
Corri num ritmo um pouco menor, pois o cansaço já começava a tomar conta até o nono quilômetro, já na praia do flamengo. E quase no final, ao passar pela tenda do Chão do Aterro, crente que o "muy" amigo Cláudio ia estar de prontidão militar para filmar ou tirar fotos da minha chegada e provavelmente teria feito isso para a chegada do Toninho mais a frente, vejo o cara de costas pra pista conversando animadamente com alguém do Chão do Aterro... Isso que ele é nosso amigo há pelo menos 3 décadas! Ainda vi a Paulinha em pé na grade esperando o Luiz. Se não me engano ela correu os 5 Km em trinta e poucos minutos. Um bom tempo. O Luiz fez os 10 Km em 59 minutos, por aí.


Faltavam uns 200 metros e aí, aparece aquela força do nada que faz com que a gente corra mais nos momentos finais. Lembro que tinha começado a ver o cronômetro oficial e para minha frustração inicial, vi que ele marcava algo em torno de 1h22min, o que significaria que eu faria um tempo de mais de uma hora de corrida! Mas isso foi culpa da minha miopia e do cansaço, pois faltando uns 100 metros vi que o cronômetro marcava 1h12min, quase 13. E cruzei o pórtico de chegada! Tempo líquido de 55min33seg. Um pouco abaixo do tempo que costumo fazer em esteira.


Desamarra o tênis, retira o chip, entrega o chip, pega a medalha de participação e a toalha, uma maçã e isotônico e fui pro estande da O2 pegar mais uns sanduichinhos, beber um suco de alguma coisa amarela (igual de bandejão que a gente nunca sabe do que é. Quando perguntam, a gente responde que é suco de amarelo), uns iogurtes light e fui em direção a nossa base. No meio do caminho, encontro o professor Rafael Baquil, da Fórmula da Água, na tenda de outra academia que ele também dá aula. Ficamos conversando um pouco, ele roubou um pote de salada de frutas para mim e soube que o tempo dele tinha sido pior que o meu. Pra quem tem as pernas curtas como o dele tava tudo certo! Ahahaha.
Os dois que correram, já que o Cláudio tá bichado
No estande do Chão do Aterro, o Cláudio estava sendo esculachado pelo Toninho que não se conformava dele não ter registrado a nossa chegada. E lá estava junto o filho do Cláudio, o Mattheus e sua mãe, Cristiane, que tinha corrido com o kit do Cláudio. O mais inacreditável é que ela, mesmo visivelmente fora de forma, andando em diversos momentos, ainda fez um tempo melhor do que o Cláudio correndo! Isso me faz pensar que o nome do blog se deve a ele.


E como de praxe, fomos para o Tacacá do Norte recuperar as calorias perdidas na corrida.
O Cláudio tentando tirar foto através do espelho...





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