segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Circuito Athenas 2010 - 2ª Etapa, 5 milhas

Dia 27 de junho de 2010
Sempre o meu protetor São Francisco
Esta é a segunda etapa do Circuito Athenas, com distâncias de cinco ou 10 milhas. Sim, milhas. Ou seja, algo equivalente a oito e 16 quilômetros de distância para se percorrer. Como eu tinha feito cinco quilômetros na primeira etapa, não estava muito animado para correr mais do que os pouco mais de oito quilômetros. Assim sendo, a inscrição foi feita dessa forma. E fui, como da outra vez, pegar o kit, que desta vez, ao invés de ter a toalha no final da corrida, tinha um boné azul marinho com o logotipo da corrida em silkscreen branco, muito feio e vagabundo. A camiseta, que era verde na primeira etapa, foi escolhida a cor azul claro com alguns dizeres na parte das costas. A da primeira etapa, verde, vinha com os seguintes dizeres: "A primeira e melhor vitória é conquistar a si mesmo", num aforismo creditado ao Platão. E nesta etapa, na camiseta azul, está escrito: "A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido. Não na vitória propriamente dita", por Mahatma Gandhi. Aforismo este que concordo em parte. Competir é sim importante, a luta, a tentativa, mas a vitória sempre estará acima. Quando se ganha, claro.


Digo isto tudo porque o Labela resolveu travar uma competição interna neste circuito de corrida. Como ele tinha chegado na minha frente na etapa anterior, ele achou que teria que ganhar sempre todas. Até aí, tudo bem. Também sou competitivo. E este pensamento de Gandhi será explicado mais no final deste texto.


No dia da corrida, a rotina de sempre. Acordar, tomar desjejum específico para dias de corrida, ou seja, pães de forma integral e com grãos, com cream cheese, suco de laranja e iogurte de morango. Rumo a casa do Toninho, que o Cláudio carinhosamente chama de comunidade, visto a quantidade de gente que lá mora, entre os próprios familiares, mais uns agregados impostos a ele para ocupar um espaço limitado. Desta vez tinha uma diferença. Não era apenas eu e o Toninho que iríamos participar desta corrida. O Djudju (me disseram que o nome dele é Antônio também, mas não acredito) que é filho caçula do Toninho iria participar desta corrida junto com uma amiga dele que mora no mesmo prédio, a Clara. Ou seja, uma grande parcela da população do Rio de Janeiro, ou mora na casa do Toninho, ou mora no prédio dele, ou já morou naquele lugar! Isso segundo a Raphaela. Mas eles não iriam correr, apenas caminhar por cinco milhas. Pois é, caminhar por cinco milhas. Oito quilômetros andando... Enfim, cada um se diverte da forma que quer.


Chegando no Aterro, em frente ao Monumento dos Pracinhas e do Museu de Arte Moderna (MAM), rumamos para a barraca do Chão do Aterro onde sempre ficamos baseados. BASE, usamos como BASE e não tem nada a ver com baseado que está pensando. Um lugar para guardar nossas tralhas de corrida e espaço para comer umas frutas e se concentrar para a corrida.


Dada a largada, eu passei pelo pórtico já com alguns poucos minutos corridos no cronômetro oficial e segui pelo Aterro em direção a Botafogo seguindo o circuito desenhado pela produção. Lembro que antes da largada, naquela última chance que a gente tem de ir ao banheiro, daqueles químicos, acabei me perdendo tanto do Toninho e do Cláudio quanto do Labela, que tinha ido com o pai. Durante o percurso, não imaginava que ele ficou o tempo todo atrás de mim, me seguindo a uma certa distância e eu correndo normalmente. Quer dizer, normalmente se as marcações de distância da prova fossem coerentes e diferenciados de acordo com a distância escolhida pelo atleta. E próximo ao Morro da Viúva, que equivalia ao quarto quilômetro, teve o retorno para quem tinha escolhido os oito quilômetros. 


Correndo bem
Mas logo após, tinha uma placa de quatro milhas, o que me confundiu bastante. Correndo num pace forte para mim, quando vi a placa resolvi acelerar achando que faltava apenas mais uma milha para a chegada. Mas essa placa era para quem ia correr as 10 milhas! Até que passei por outra placa de três milhas de distância que era o que valia para mim. E desacelerei, voltando ao meu ritmo normal. Segundo o Labela, ele achou que eu tivesse visto ele e por isso tinha acelerado e ele não tinha conseguido me acompanhar. Como eu diminui bastante o ritmo para recuperar meu fôlego, ele novamente me alcançou mas sem passar. E, ainda passei por outras placas que não fizeram mais sentido para mim e segui sem prestar mais atenção pra elas.


O trajeto continuava até passar por onde tinha sido o pórtico de largada onde novamente eu comecei a acelerar achando que estava chegando de novo. Novo engano. Ainda tinha que passar pelo Monumento dos Pracinhas e na altura do MAM tinha outro retorno para enfim atingir o pórtico de chegada. Nesta última reta comecei novamente a acelerar, mas com o meu objetivo subjetivo de ultrapassar as pessoas que se encontravam na minha frente, em específico um casal que também acelerava no final. E eu passei por eles sem grandes esforços. Eis que pela minha esquerda, o Labela passa e realmente nem tinha visto, apenas acelerava. Passamos pelo pórtico juntos, até nos segundos. Então ele começou a gritar dizendo que ele novamente tinha me vencido. Como eu não uso cronômetro nem tinha muita idéia de quanto tempo eu tinha levado para completar a prova, achei realmente que ele tivesse ganhado novamente. O que ele não sabia é que ele tinha largado ANTES de mim, ou seja, ele passou pelo pórtico mais de um minuto antes de mim e, em algum momento no início da prova, eu passei por ele sem ele ter me visto. E como cruzamos o pórtico de chegada juntos, o meu tempo foi melhor do que o dele. Como mau perdedor, ele pediu uma explicação para a empresa de cronometragem para que o fato fosse confirmado. Enfim, cada um com seu cada um. E fiz a prova em 44 min e 37 seg, enquanto que ele fez em 45 min e 15 seg. Um bom tempo para ambos. 
Correndo forte


Seguimos para o Chão do Aterro e ficamos esperando a chegada do Toninho e o Cláudio mais algum tempo depois. E muito tempo, mas muito tempo mesmo, chegam os andadores Djudju e sua amiga Clara. Levaram tanto tempo que quase que o pórtico de chegada estava sendo desativado. Mas conseguiram pelo menos pegar a medalha de participação. Na verdade, eles não, ele. Ela nem tava inscrita, apenas o Djudju que tinha ganhado a inscrição.
Clara, Djudjo, Tunico, eu e o Cláudio, o inspirador da Lesma Lerda
E o retorno em direção ao Tacacá do Norte foi mais animada com mais duas crianças para a gente zoar. E no Tacacá do Norte, onde tem o melhor açaí do Rio, nos empanturramos para repor as energias e calorias perdidas na corrida.


Cláudio, eu, Toninho, o filho Djudjo e a Clara
Foi um "Chupa, Labela", mas o Cláudio também gostou da idéia
 Voltando ao aforismo de Gandhi, discordei pois ganhar é sempre muito bom! Ainda mais desta forma! Foi o dia do "Chupa, Marcello Labela"! Chupa que é de uva, senta que é de menta! Seja lá o que isso signifique. O que importa é que ele cantou vitória antes da hora.
Meus grandes "chifres"
Tacacá do Norte

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