sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Circuito das Estações Adidas - Outono 2010, 5 Km




















Dia 7 de março de 2010
São Chiquinho com medalha, toalha e número de peito
As coisas na minha vida acontecem na maioria das vezes sem programação, sem um planejamento. E depois de quase um ano sem participar de uma corrida de rua, resolvi que em 2010 iria começar a correr algumas. Assim, do nada mesmo. Até o final do ano passado eu tinha na minha mente que iria correr quando me desse na telha, mas de uma hora pra outra, resolvi participar de mais corridas.

E desde o início do ano comecei a treinar achando que iria correr nesta da Adidas os 10 Km que tanto me enchiam o saco. Os que enchiam o saco são sempre os mesmos, Toninho e Cláudio. Mais o Cláudio. Ele acha que eu tenho que correr mais e mais, mesmo que ele corra menos e menos. Cada hora é uma desculpa nova dele, do tipo, rompeu algum ligamento no joelho, dores na lombar, hemorróidas e assim por diante. Coisas de velho.

E como este ano resolvi que ia correr pelo menos uma corrida de 10 Km pra não ficarem me enchendo o saco, resolvi que seria esta. Treinei algumas poucas vezes e achava que a animação seria suficiente para completar a prova mesmo sem correr por tempo. Tudo pronto, inscrição feita, fui até um estande do lado do Canecão para pegar o kit no dia anterior à prova e voltei pra clínica, isso no sábado, véspera da prova.

Não me lembro exatamente qual procedimento estava fazendo na clínica, mas acho que era alguma cirurgia. Terminada, ia começar a arrumar as coisas pra ir embora, mas São Pedro tinha outros planos para mim e para todos que estavam na clínica. Caiu uma chuva torrencial, realmente as "águas de março" preconizadas pelo Maestro Tom Jobim. Até então, tudo bem, estava abrigado e jogando conversa fora com quem estava na clínica comigo. Eis que a tosadora Marilene me chama para mostrar uma pequena cachoeira que vertia de um cano de esgoto estourado pela força das águas no subsolo da loja inundando uma parte do canil. Por ser esgoto, dá pra imaginar o cheiro agradável que invadia toda a clínica. Pelo menos, como era muita chuva, diluiu e muito aquele líquido desagradabilíssimo, ficando menos nojento.


Após dar um jeito no cano para que não jorrasse mais água de cocô, fui eu e o tosador Henrique com baldes para retirar a água do canil. Apesar de não ser tão fundo, a quantidade de água era enorme e lá fui eu agachando e enchendo baldes para que o Henrique levasse para cima para despejar no vaso. Não sei quanto tempo fiquei tirando aquela água, mas o suficiente para que sentisse uma distensão no músculo adutor da coxa, de ambos os lados. Com o sangue quente ainda, não senti grandes coisas. Mal sabia eu o que me esperava quando o corpo esfriasse. Limpo a clínica, leve trégua na chuva, foi a hora de voltar pra casa o quanto antes. Eu lembro que a rua em frente a clínica passava uma correnteza que, se quisesse simplesmente atravessar a rua, era uma vontade que seria impossível sem que pelo menos molhasse até o joelho. E é uma rua pequena e estreita.


Chegando em casa, relembrando aquela água de fezes que tive contato, fiquei algumas horas me esfregando com toda obsessão que alguém com TOC faria. E o corpo começa a esfriar. E as dores musculares começam a se evidenciar. Ainda tomei alguns antiinflamatórios, mas não miorrelaxantes, pois sabia que se tomasse um, o dia seguinte seria pra lá de sonolento. Durante a madrugada ouvia com certo alívio a chuva intensa que caia lá fora. E sonhava com o cancelamento da prova.

Ao amanhecer, a surpresa. Depois de uma noite onde Noé se sentiria desamparado, as nuvens começavam a se dissipar mostrando um solzinho mixuruca, mas com convicção de que a chuva não voltaria. Eu pensei: - vou lá pra ver o que rola. Me entupo de antiinflamatórios, analgésicos (tramadol. Tomei 100 mg antes de sair de casa) e vou até onde der.


Fui até a casa do Toninho e pra variar ele ainda não estava pronto, faltando coisas do tipo tomar café da manhã na padaria do lado da casa dele e desabastecer provavelmente a janta da noite anterior, o que aumentou minha ansiedade e nojo. E ainda tomei um desses comprimidos que tem paracetamol, cafeína, carisoprodol e diclofenaco . Saí zuzo bem de lá.


Chegando na praça onde era a largada, o resultado da chuva da noite anterior. Diversas barracas, incluindo a do Chão do Aterro, no chão, arrancadas pela força do vento da noite, junto com a chuva, lama na parte de gramado, mas todos os corredores animadíssimos com a prova.

Puxa perna daqui, estica os braços pra lá, leve aquecimento e vi que mesmo com toda a medicação, a musculatura da perna acusava dores até suportáveis mas já começando a medicação fazer efeito, um certo miorrelaxamento.

Largada e ainda correndo zuzo bem, sentia que o corpo não rendia. O cérebro até tentava comandar o corpo para ir adiante, mas o corpo não respondia. Não tinha velocidade e nem com o corpo mais aquecido não adiantava. Eu estava inscrito para correr os 10 Km e na bifurcação de quem ia para os 10 Km e os que iam para os 5 Km, eu vi que a placa dos 5 Km me chamava insistentemente. Eu olhei pra frente, olhei pra placa e aí pensei: ah, foda-se, vou ficar por aqui mesmo.

Depois o Toninho, pra me zoar me mandou uma montagem onde apareciam as placas de 5 e 10 Km, com uma foto minha como se fosse um bebê correndo para os "apenas" 5 Km...
O povo do Chão do Aterro Cláudio e Toninho. E eu da Fórmula da Água
Toninho, uma moça que distribui flyers de outras corridas, Cláudio e eu
Chegada, medalha, isotônico, frutas e fui esperar a chegada do resto do povo. Nesta corrida tem uma coisa legal, além do de sempre. A gente ganha uma toalha na chegada! Funciona bem para o momento e também para uso na academia. Afinal, depois de correr na esteira, sempre é de bom tom não usar as máquinas da musculação todo suado. Ou se suar, depois limpa com aquele perfex com álcool. 


Na hora, o raciocínio era o seguinte. As medalhas eram iguais, sem distinção para quem completa os 5 ou os 10 Km, então, dá na mesma no final das contas. Até o número de peito era igual, afinal, tinha me inscrito na de 10 Km.

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